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O 5G Impulsionando a Transformação Digital em Procurement/Supply Chain

01/2022

Autor: Jose Roberto Lyra (MSc, MBA, PMP | Supply Chain and IT Professional) – Professor do Instituto INLACCE – Especialista em Gestão de Projetos

LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/joserobertolyra/

José Roberto Lyra

Em poucas palavras e tecnicamente falando a tecnologia 5G é a rede móvel de 5ª geração. É um novo padrão global de comunicação sem fio desenvolvido a partir da evolução das redes 1G, 2G, 3G e 4G. O 5G viabiliza um novo tipo de rede projetada para conectar praticamente tudo a partir de dispositivos e sensores. Sim, parte disso já era possível com a rede 4G mas a diferença é que o 5G oferece alta velocidade e capacidade de transmissão de dados, alta confiabilidade, e latência (tempo de resposta) insignificante. Se você pensou em IoT (internet of things) comece a pensar em IoE (internet of everything).

Agora pensando no aspecto prático, como esta nova tecnologia impacta as cadeias de suprimento e mais particularmente a função de Procurement. Ou mais exatamente como ela adiciona valor ao negócio, afinal estar alinhado com as últimas tecnologias não basta. Tem que trazer resultado, diretamente ou não, para o negócio. Alguns pontos merecem atenção especial:

Data driven procurement: mais empresas e respectivos sistemas conectados com mais rapidez e qualidade significam mais dados disponíveis para tomada de decisão. Cada vez mais processos e decisões baseadas em dados coletados e utilizados por sistemas de inteligência artificial (machine learning, natural language processing etc.). O executivo de Procurement/Compras será um dos responsáveis por liderar novos processos de aquisição a partir de insights gerados pela inteligência artificial e pela tomada de decisão final.

Manufatura & Logística 4.0: sensores vão conectar ainda mais dispositivos agilizando a comunicação e a tomada de decisão. A conexão M2M (machine to machine) passa a ser mais efetiva ao superar as barreiras físicas hoje existentes. A consequência para a área de Procurement é que a cadeia de suprimentos vai se tornar mais responsiva em relação as alterações de demanda. O planejado não está ocorrendo então é necessário mudar para atender o consumidor e toda a cadeia vai responder mais rapidamente. O papel dos executivos de Procurement/Compras será fundamental para viabilizar essa resposta rápida aos clientes e consumidores.
Colaboração B2B: a colaboração entre empresas não é um problema de tecnologia. Muitas vezes aspectos culturais relativos a troca de dados e informações B2B é que precisam ser superados. Mas com mais dados e mais velocidade essa colaboração tende a se intensificar. Se hoje essa colaboração já é necessária para agilizar e melhorar a qualidade da resposta ao cliente/consumidor quem sair na frente pode gerar um diferencial competitivo para o negócio. Basta pensar na gestão do relacionamento de fornecedores (SRM) a partir de dados gerados e disponibilizados quase que em tempo real. A visibilidade da cadeia de suprimentos deve apresentar melhoras bastante significativas graças a conectividade entre os diversos dispositivos trazendo um desafio para todo o ecossistema de fornecedores que precisarão acompanhar a velocidade nas mudanças na demanda. Não é possível uma resposta a altura sem melhorias na colaboração entre todos os players da cadeia.

Finalmente, antes de apregoar as inúmeras transformações que o 5G traz para a cadeia de suprimentos é bom lembrar a máxima: keep it simple ou comece fazendo o básico bem-feito precisa ser praticada. Garantir a qualidade dos dados já é um passo bastante importante. Um ecossistema digital robusto é condição essencial para o sucesso das organizações, mas ele não vai acontecer de uma hora para outra. Considere a transformação digital como uma jornada que se sustenta pelos três, já bem conhecidos, pilares fundamentais de processos, pessoas e tecnologia. A capacidade de colaborar / sincronizar dados com os fornecedores vai garantir maior agilidade dentro das organizações, e os executivos de Procurement/Compras devem estar cada vez mais próximos de outras áreas como TI e Operações para conseguir gerar resultados consistentes e sustentáveis na cadeia de abastecimento.

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